domingo, 21 de fevereiro de 2010

Nietszche - Além do Bem e do Mal 4

Terei que fazer modificações da maneira como ando postando esses trechos em meu blog, haja vista que são 296 trechos separados, e que eu posto de um a dois por semana, esse projeto demandaria muito mais tempo do que eu realmente gostaria. E, depois que comecei a transcrever os trechos, percebi que não é um tarefa desagradável, interpretá-los tem se mostrado muito mais complicado. Para tanto, tentarei postar mas trechos de cada vez.

Antes de começar, receio ter escrito Nietszche errado inúmeras vezes, por favor, ignorem, prometo me corrigir de agora em diante, o trecho a seguir ainda contém o nome errado. Mas preguiça é uma característica humana, demasiada humana.

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A falsidade de um juízo não é para nós uma objeção contra esse juízo. Aí está o que essa nova linguagem tem talvez de mais estranho. Trata-se de saber em que medida esse juízo acelera e conserva a vida, mantém e mesmo desenvolve a espécie. E, por princípio, nos inclinamos a sustentar que os juízos mais falsos (dos quais fazem parte os juízos sintéticos a priori) são, para nós, os mais indispensáveis, que o homem não podeira viver sem o curso forçado dos valores da lógica, sem medir a realidade com a estiagem do mundo puramente fictício do incondicionado, do indêntico a si, sem uma falsificação constante do mundo pelo número – querer renunciar a juízos falsos seria renunciar à vida, negar a vida. Admitir que a mentira é uma condição vital, isso é, opor-se de forma perigosa às avaliações habituais; uma filosofia que o ousasse, lhe bastaria para colocar-se além do bem e do mal.

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Ter alguém (ou uma filosofia) errado, ou com uma conclusão diferente a nossa, é fundamental, e que estar acima disso, ou seja, acima do bem e do mal, é humanamente impossível. É o que posso tirar deste trecho.

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O que incita a considerar todos os filósofos, metade com desconfiança e metade com ironia, não é porque se perceba sem cessar como são inocentes, como se enganam facilmente se equivocam facilmente e muita vezes – em resumo, não é sua infantilidade e sua puerilidade que nos chocam, mas sua falta de retidão. Eles, pelo contrário, fazem grande barulho em torno de sua virtude. Todos parecem querer demonstrar que chegaram a suas opinões pelo desenvolvimento natural de uma dialética fria, pura e divinamente impassível (diferente nisso dos místicos de toda espécie que eles, de modo muito ingênuo, falam de “inspiração”) – equanto no fundo defendem uma tese antecipada, uma idéia súbita, uma “inspiração” e, na maioria da vezes, um desejo íntimo que apresentam de forma abstrata, que passam ao crivo e o expõem com motivos laboriosos rebuscados. São todos advogados que não querem passar como tais. Na maioria das vezes, são até mesmo os defensores astutos de seus preconceitos, que batizam com o nome de “verdades” – muito distantes no entanto da intrepidez de consciência que se confessa a si mesma justamente, muito distantes do bom gosto da bravura que quer também fazê-lo compreender aos outros, seja para preservar um inimigo ou um amigo, seja também por audácia e para zombar dessa bravura. A hipocrisia tão rígida quanto modesta do velho Kant, pela qual nos atrai a suas vias desviadas da dialética, essas vias que nos levam ou antes que nos induzem a seu “imperativo categórico”- esse espetáculo nos faz sorrir, a nós crianças mimadas, que não sentimoso menor prazer em guardar as sutis perfídias dos velhos moralistase dos pregadores da moral. Ou ainda esse malabarismos matemáticos, com os quais Spinoza mascarou sua filosofia – isto é, o “amor de sua própria sabedoria”, para intrepretar assim, como convém, a palavra “filosofia” – com o qual armou sua filosofia como que de uma couraça para intimidar assim, desde o início, os assediantes que ousassem lançar um olhar a essa virgem invencível, verdadeira Palas de Atenas! Como essa máscara deixa adivinhar a timidez e a vulnerabilidade de um doente solitário!

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Pra começar:

Palas Atena ou Atenéia

Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra. Palas nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o deus ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; daí saiu Palas Atena. Sob a proteção dessa deusa floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia.

Palas para os gregos e Minerva para os romanos

Mais dados aqui: http://www.mundodosfilosofos.com.br/deuses.htm

O que posso dizer logo de cara é que estou encarando um desafio maior do que meu conhecimento de fato permite. Para analisar um livro de alguém como Nietzsche antes é necessário ter um conhecimento mínimo de muitos outros filósofos e suas idéias. But, continuarei firme em minha empreitada, e peço cada vez mais que todo aquele que discordar do que eu disser, ou queira agregar algo que se intrometa de imediato. Mas voltemos a análise desse trecho.

Creio que o Nietzsche passa aqui é que os filósofos (alguns) são extremamente hábeis em transformas seu conceitos pessoais em filosofias que devam ser aceitas como verdade, sendo que não foram idéias profundamente analisadas e refletidas como já foi muitas vezes repetido isso. E que defendem-nas até o fim, como verdadeiros advogados. E sem ouvir o que outros dizem, sem dividir idéias.

Até o momento Nietzsche me passa a impressão de ser efetivamente diferente desses filósofos, mas até quando? Das primeiras vezes que li seus livro ele passava a sensação de ser um hipocrita como tantos que critica aqui, e isso é uma das coisas que quero verificar neste trabalho.

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