terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Bob McFerrin e sua ciência!!
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Nietszche - Além do Bem e do Mal 4
Terei que fazer modificações da maneira como ando postando esses trechos em meu blog, haja vista que são 296 trechos separados, e que eu posto de um a dois por semana, esse projeto demandaria muito mais tempo do que eu realmente gostaria. E, depois que comecei a transcrever os trechos, percebi que não é um tarefa desagradável, interpretá-los tem se mostrado muito mais complicado. Para tanto, tentarei postar mas trechos de cada vez.
Antes de começar, receio ter escrito Nietszche errado inúmeras vezes, por favor, ignorem, prometo me corrigir de agora em diante, o trecho a seguir ainda contém o nome errado. Mas preguiça é uma característica humana, demasiada humana.
4
A falsidade de um juízo não é para nós uma objeção contra esse juízo. Aí está o que essa nova linguagem tem talvez de mais estranho. Trata-se de saber em que medida esse juízo acelera e conserva a vida, mantém e mesmo desenvolve a espécie. E, por princípio, nos inclinamos a sustentar que os juízos mais falsos (dos quais fazem parte os juízos sintéticos a priori) são, para nós, os mais indispensáveis, que o homem não podeira viver sem o curso forçado dos valores da lógica, sem medir a realidade com a estiagem do mundo puramente fictício do incondicionado, do indêntico a si, sem uma falsificação constante do mundo pelo número – querer renunciar a juízos falsos seria renunciar à vida, negar a vida. Admitir que a mentira é uma condição vital, isso é, opor-se de forma perigosa às avaliações habituais; uma filosofia que o ousasse, lhe bastaria para colocar-se além do bem e do mal.
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Ter alguém (ou uma filosofia) errado, ou com uma conclusão diferente a nossa, é fundamental, e que estar acima disso, ou seja, acima do bem e do mal, é humanamente impossível. É o que posso tirar deste trecho.
5
O que incita a considerar todos os filósofos, metade com desconfiança e metade com ironia, não é porque se perceba sem cessar como são inocentes, como se enganam facilmente se equivocam facilmente e muita vezes – em resumo, não é sua infantilidade e sua puerilidade que nos chocam, mas sua falta de retidão. Eles, pelo contrário, fazem grande barulho em torno de sua virtude. Todos parecem querer demonstrar que chegaram a suas opinões pelo desenvolvimento natural de uma dialética fria, pura e divinamente impassível (diferente nisso dos místicos de toda espécie que eles, de modo muito ingênuo, falam de “inspiração”) – equanto no fundo defendem uma tese antecipada, uma idéia súbita, uma “inspiração” e, na maioria da vezes, um desejo íntimo que apresentam de forma abstrata, que passam ao crivo e o expõem com motivos laboriosos rebuscados. São todos advogados que não querem passar como tais. Na maioria das vezes, são até mesmo os defensores astutos de seus preconceitos, que batizam com o nome de “verdades” – muito distantes no entanto da intrepidez de consciência que se confessa a si mesma justamente, muito distantes do bom gosto da bravura que quer também fazê-lo compreender aos outros, seja para preservar um inimigo ou um amigo, seja também por audácia e para zombar dessa bravura. A hipocrisia tão rígida quanto modesta do velho Kant, pela qual nos atrai a suas vias desviadas da dialética, essas vias que nos levam ou antes que nos induzem a seu “imperativo categórico”- esse espetáculo nos faz sorrir, a nós crianças mimadas, que não sentimoso menor prazer em guardar as sutis perfídias dos velhos moralistase dos pregadores da moral. Ou ainda esse malabarismos matemáticos, com os quais Spinoza mascarou sua filosofia – isto é, o “amor de sua própria sabedoria”, para intrepretar assim, como convém, a palavra “filosofia” – com o qual armou sua filosofia como que de uma couraça para intimidar assim, desde o início, os assediantes que ousassem lançar um olhar a essa virgem invencível, verdadeira Palas de Atenas! Como essa máscara deixa adivinhar a timidez e a vulnerabilidade de um doente solitário!
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Pra começar:
Palas Atena ou Atenéia
Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra. Palas nasceu já adulta, na ocasião em que Zeus teve uma forte dor de cabeça e mandou que Hefaistos, o deus ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; daí saiu Palas Atena. Sob a proteção dessa deusa floresceu Atenas, em sua época áurea. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia.
Palas para os gregos e Minerva para os romanos
Mais dados aqui: http://www.mundodosfilosofos.com.br/deuses.htm
O que posso dizer logo de cara é que estou encarando um desafio maior do que meu conhecimento de fato permite. Para analisar um livro de alguém como Nietzsche antes é necessário ter um conhecimento mínimo de muitos outros filósofos e suas idéias. But, continuarei firme em minha empreitada, e peço cada vez mais que todo aquele que discordar do que eu disser, ou queira agregar algo que se intrometa de imediato. Mas voltemos a análise desse trecho.
Creio que o Nietzsche passa aqui é que os filósofos (alguns) são extremamente hábeis em transformas seu conceitos pessoais em filosofias que devam ser aceitas como verdade, sendo que não foram idéias profundamente analisadas e refletidas como já foi muitas vezes repetido isso. E que defendem-nas até o fim, como verdadeiros advogados. E sem ouvir o que outros dizem, sem dividir idéias.
Até o momento Nietzsche me passa a impressão de ser efetivamente diferente desses filósofos, mas até quando? Das primeiras vezes que li seus livro ele passava a sensação de ser um hipocrita como tantos que critica aqui, e isso é uma das coisas que quero verificar neste trabalho.
Sobre Nietzsche
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Paradoxo do Nosso Tempo
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; screvemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos...
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de ficar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao seu lado, sempre.
George Carlin
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Magias e Barbaridades
Querida dividir aqui o endereço de um blog de quadrinhos de que gosto muito:
http://magiasebarbaridades.blogspot.com/
O cara é genial, fora o jeito à Maurício de Sousa com que desenha. Espero que apreciem tanto quanto eu.
Nietzsche - Além do Bem e do Mal 03
3
Após ter passado bastante tempo a ler os filósofos nas entrelinhas e a inspecionar até a raiz das unhas, terminei por me dizer que a maior parte do pensamento consciente deve também ser incluída entre as atividades instintivas, sem excetuar até mesmo o pensamento filosófico. É necessário aqui aprender a julgar de outra forma, como já foi feito com relação à hereditariedade e aos “caracteres adquiridos”. Do mesmo modo que o ato do nascimento tem pouca importância no conjunto do processo hereditário, assim também o fato da “consciência” não se opõe, de uma forma decisiva, aos fenômenos instintivos – a maior parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente governada por seus instintos e forçada a seguir uma via traçada. Atrás da própria lógica e da aparente autonomia de seus movimentos, há avaliações de valores, ou me expremir claramente, exigências físicas que devem servir para a manutenção de um determinado gênero de vida. Afirmar, por exemplo, que o determinado tem mais valor que o indeterminado, a aparência menos valor que a “verdade”: semelhantes avaliações, apesar da importância normativa que têm para nós, não poderiam ser senão avaliações de primeiro plano, uma espécie de tolice, útil talvez para a conservação de seres como nós. Se for admitido, naturalmente, que o homem não é a “medida das coisas”...
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Creio que o que Nietzsche diz aqui é que dentre os inúmeros achismos de um filósofo, suas expêriencias de vida, seus “quereres” (haha) influenciam e muito a sua opinião final, fazendo com sua opinião seja confortável pra o próprio filósofo.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Dez coisas que levei anos para aprender...
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha).
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. (Está cheio de gente querendo te converter!).
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. (Na maioria das vezes quem está te olhando também não sabe! Ta valendo!).
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!).
5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas!).
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. (Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!).
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'. (Onde ninguém se entende.....)
8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'. (Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!).
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. (Que bom!)
10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. (É Verdade!).
Uma última, mas não menos sábia.
'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.'
Willian Shakespeare.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Nietzsche - Além do Bem e do Mal 02
2
“Como uma coisa poderia nascer de seu contrário? Por exemplo, a verdade do erro? Ou a vontade do verdadeiro da vontade do erro? O ato desinteressado do egoísta? Ou como a contemplação pura e radiante do sábio nasceria da cobiça? Semelhantes origens são impossíveis; seria loucura pensar nisso, até pior. As coisas de mais alto valor devem ter outra origem, uma origem que lhes seja peculiar – não poderiam ter saído desse mundo passageiro, falaz, ilusório, desse labirinto de erros e de desejos! É, pelo contrário, no seio do ser, no imutável, na divindade oculta, na “coisa em si” que se deve encontrar sua razão de ser e não em qualquer outro lugar!”
Essa forma de apreciar constitui o preconceito típico com o qual são realmente reconhecidos os metafísicos de todos os tempos. Essas avaliações se encontram na base de todos os seus procedimentos lógicos; é a partir dessa “crença” que se esforçam para atingir seu “saber”, para alcançar alguma coisa que , finalmente, é solenemente proclamada “verdade”. A crença fundamental dos metafísicos é a crença na oposição dos valores. Os mais instruidos dentre eles jamais pensaram em levantar dúvidas desde o início, quando isso teria sido mais necessário: ainda que tivessem feito voto de “omnibus dubitandum” (Expressão latina que quer dizer: deve-se duvidar de tudo [N. do T.]). Pode se perguntar, com efeito, primeiramente se de uma forma geral, existem contrários e, em segundo lugar, se as avaliações e as oposições que o povo criou para criar os valores, aos quais a seguir os metafísicos colocaram sua marca, não são talvez avaliações superficiais, perspectivas momentâneas, projetadas, dir-se-ia, do fundo de um canto, talvez de baixo para cima, perspectivas de rã, de algum modo, para empregar uma expressão familiar aos pintores? Qualquer que seja o valor que se atribua ao verdadeiro, ao verídico, ao desinteressado, poderia muito bem acontecer que se devesse atribuir à aparência, à vontade de enganar, ao egoísmo e à cobiça, um valor superior e mais fundamental para toda a vida. Além, do mais, seria ainda possível que aquilo que constitui o valor dessas coisas boas e reverenciadas consistisse precisamente em que elas são aparentadas, ligadas e emaranhadas de uma forma insidiosa e talvez até mesmo idênticas às coisas más, aparentemente contrárias. Talvez! – mas quem, portanto, se ocuparia de um tão perigoso “talvez”! É preciso esperar, para isso, a chegada de uma nova espécie de filósofos, daqueles que são animados de um gosto diferente, qualquer que seja, de um gosto e de uma inclinação que difeririam totalmente daqueles que estiverem em curso até aqui – filósofos de um perigoso “talvez”, sob todos os aspectos. E para falar seriamente: já os vejo chegando, esses novos filósfos.
---
Falaz: adj. Enganador, ardiloso, fraudulento, ilusório: argumento falaz.
No primeiro parágrafo Nietzsche começa se perguntando a origens das, como eu entendo, vontades. Perguntando-se se uma vontade pode ter sua origem em seu contrário. Mas diz logo em seguida não é isso o que acontece, que essas vontades existem por si só.
Antes de começar o segundo parágrafo, mais um dados que considero útil.
Metafísica: em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres. Especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser. Muitas vezes ela é vista como parte da Filosofia, outras, se confunde com ela. (para mais detalhes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metafísica, é claro)
Perspectiva de rã é uma técnica de desenho ou fotografia, por exemplo: http://fotot.jarvenpaa.net/en/0000000109 .
Vejamos, o que a é colocado no começo do segundo parágrafo é que os metafísicos, apesar de terem se colocado a obrigação de duvidar de tudo, não questionam esse princípio de contrários, usam-no como uma regra. Mas coloca logo em seguida a questão, se essas observações foram feitas com calma, se esta definição de contrário talvez tenha surgido de uma epifania de um grego sentado sobre uma pedra, que em certo momento gritou: aha! É isso, e ponto.
E de fato, no meu ver, como Nietzsche continua, que os valores de cada vontade possam ser iguais, e não contrários, que simplesmente os tratamos como diferentes por suas “aparência”.
E o parágrafo termina com um quase desejo do surgimento de novos filósofos, que não aceitam efetivamente nada como certo ou fundamental. Nietzsche acredita que eles estão aparecendo, eu não sou um estudioso dessa área, só um curioso, portanto, até aqui não ouso supor quem possam ser esses filósofos.
2
“Como uma coisa poderia nascer de seu contrário? Por exemplo, a verdade do erro? Ou a vontade do verdadeiro da vontade do erro? O ato desinteressado do egoísta? Ou como a contemplação pura e radiante do sábio nasceria da cobiça? Semelhantes origens são impossíveis; seria loucura pensar nisso, até pior. As coisas de mais alto valor devem ter outra origem, uma origem que lhes seja peculiar – não poderiam ter saído desse mundo passageiro, falaz, ilusório, desse labirinto de erros e de desejos! É, pelo contrário, no seio do ser, no imutável, na divindade oculta, na “coisa em si” que se deve encontrar sua razão de ser e não em qualquer outro lugar!”
Essa forma de apreciar constitui o preconceito típico com o qual são realmente reconhecidos os metafísicos de todos os tempos. Essas avaliações se encontram na base de todos os seus procedimentos lógicos; é a partir dessa “crença” que se esforçam para atingir seu “saber”, para alcançar alguma coisa que , finalmente, é solenemente proclamada “verdade”. A crença fundamental dos metafísicos é a crença na oposição dos valores. Os mais instruidos dentre eles jamais pensaram em levantar dúvidas desde o início, quando isso teria sido mais necessário: ainda que tivessem feito voto de “omnibus dubitandum” (Expressão latina que quer dizer: deve-se duvidar de tudo [N. do T.]). Pode se perguntar, com efeito, primeiramente se de uma forma geral, existem contrários e, em segundo lugar, se as avaliações e as oposições que o povo criou para criar os valores, aos quais a seguir os metafísicos colocaram sua marca, não são talvez avaliações superficiais, perspectivas momentâneas, projetadas, dir-se-ia, do fundo de um canto, talvez de baixo para cima, perspectivas de rã, de algum modo, para empregar uma expressão familiar aos pintores? Qualquer que seja o valor que se atribua ao verdadeiro, ao verídico, ao desinteressado, poderia muito bem acontecer que se devesse atribuir à aparência, à vontade de enganar, ao egoísmo e à cobiça, um valor superior e mais fundamental para toda a vida. Além, do mais, seria ainda possível que aquilo que constitui o valor dessas coisas boas e reverenciadas consistisse precisamente em que elas são aparentadas, ligadas e emaranhadas de uma forma insidiosa e talvez até mesmo idênticas às coisas más, aparentemente contrárias. Talvez! – mas quem, portanto, se ocuparia de um tão perigoso “talvez”! É preciso esperar, para isso, a chegada de uma nova espécie de filósofos, daqueles que são animados de um gosto diferente, qualquer que seja, de um gosto e de uma inclinação que difeririam totalmente daqueles que estiverem em curso até aqui – filósofos de um perigoso “talvez”, sob todos os aspectos. E para falar seriamente: já os vejo chegando, esses novos filósfos.
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Falaz: adj. Enganador, ardiloso, fraudulento, ilusório: argumento falaz.
No primeiro parágrafo Nietzsche começa se perguntando a origens das, como eu entendo, vontades. Perguntando-se se uma vontade pode ter sua origem em seu contrário. Mas diz logo em seguida não é isso o que acontece, que essas vontades existem por si só.
Antes de começar o segundo parágrafo, mais um dados que considero útil.
Metafísica: em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres. Especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser. Muitas vezes ela é vista como parte da Filosofia, outras, se confunde com ela. (para mais detalhes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metafísica, é claro)
Perspectiva de rã é uma técnica de desenho ou fotografia, por exemplo: http://fotot.jarvenpaa.net/en/0000000109 .
Vejamos, o que a é colocado no começo do segundo parágrafo é que os metafísicos, apesar de terem se colocado a obrigação de duvidar de tudo, não questionam esse princípio de contrários, usam-no como uma regra. Mas coloca logo em seguida a questão, se essas observações foram feitas com calma, se esta definição de contrário talvez tenha surgido de uma epifania de um grego sentado sobre uma pedra, que em certo momento gritou: aha! É isso, e ponto.
E de fato, no meu ver, como Nietzsche continua, que os valores de cada vontade possam ser iguais, e não contrários, que simplesmente os tratamos como diferentes por suas “aparência”.
E o parágrafo termina com um quase desejo do surgimento de novos filósofos, que não aceitam efetivamente nada como certo ou fundamental. Nietzsche acredita que eles estão aparecendo, eu não sou um estudioso dessa área, só um curioso, portanto, até aqui não ouso supor quem possam ser esses filósofos.
2
“Como uma coisa poderia nascer de seu contrário? Por exemplo, a verdade do erro? Ou a vontade do verdadeiro da vontade do erro? O ato desinteressado do egoísta? Ou como a contemplação pura e radiante do sábio nasceria da cobiça? Semelhantes origens são impossíveis; seria loucura pensar nisso, até pior. As coisas de mais alto valor devem ter outra origem, uma origem que lhes seja peculiar – não poderiam ter saído desse mundo passageiro, falaz, ilusório, desse labirinto de erros e de desejos! É, pelo contrário, no seio do ser, no imutável, na divindade oculta, na “coisa em si” que se deve encontrar sua razão de ser e não em qualquer outro lugar!”
Essa forma de apreciar constitui o preconceito típico com o qual são realmente reconhecidos os metafísicos de todos os tempos. Essas avaliações se encontram na base de todos os seus procedimentos lógicos; é a partir dessa “crença” que se esforçam para atingir seu “saber”, para alcançar alguma coisa que , finalmente, é solenemente proclamada “verdade”. A crença fundamental dos metafísicos é a crença na oposição dos valores. Os mais instruidos dentre eles jamais pensaram em levantar dúvidas desde o início, quando isso teria sido mais necessário: ainda que tivessem feito voto de “omnibus dubitandum” (Expressão latina que quer dizer: deve-se duvidar de tudo [N. do T.]). Pode se perguntar, com efeito, primeiramente se de uma forma geral, existem contrários e, em segundo lugar, se as avaliações e as oposições que o povo criou para criar os valores, aos quais a seguir os metafísicos colocaram sua marca, não são talvez avaliações superficiais, perspectivas momentâneas, projetadas, dir-se-ia, do fundo de um canto, talvez de baixo para cima, perspectivas de rã, de algum modo, para empregar uma expressão familiar aos pintores? Qualquer que seja o valor que se atribua ao verdadeiro, ao verídico, ao desinteressado, poderia muito bem acontecer que se devesse atribuir à aparência, à vontade de enganar, ao egoísmo e à cobiça, um valor superior e mais fundamental para toda a vida. Além, do mais, seria ainda possível que aquilo que constitui o valor dessas coisas boas e reverenciadas consistisse precisamente em que elas são aparentadas, ligadas e emaranhadas de uma forma insidiosa e talvez até mesmo idênticas às coisas más, aparentemente contrárias. Talvez! – mas quem, portanto, se ocuparia de um tão perigoso “talvez”! É preciso esperar, para isso, a chegada de uma nova espécie de filósofos, daqueles que são animados de um gosto diferente, qualquer que seja, de um gosto e de uma inclinação que difeririam totalmente daqueles que estiverem em curso até aqui – filósofos de um perigoso “talvez”, sob todos os aspectos. E para falar seriamente: já os vejo chegando, esses novos filósfos.
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Falaz: adj. Enganador, ardiloso, fraudulento, ilusório: argumento falaz.
No primeiro parágrafo Nietzsche começa se perguntando a origens das, como eu entendo, vontades. Perguntando-se se uma vontade pode ter sua origem em seu contrário. Mas diz logo em seguida não é isso o que acontece, que essas vontades existem por si só.
Antes de começar o segundo parágrafo, mais um dados que considero útil.
Metafísica: em resumo, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres. Especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser. Muitas vezes ela é vista como parte da Filosofia, outras, se confunde com ela. (para mais detalhes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metafísica, é claro)
Perspectiva de rã é uma técnica de desenho ou fotografia, por exemplo: http://fotot.jarvenpaa.net/en/0000000109 .
Vejamos, o que a é colocado no começo do segundo parágrafo é que os metafísicos, apesar de terem se colocado a obrigação de duvidar de tudo, não questionam esse princípio de contrários, usam-no como uma regra. Mas coloca logo em seguida a questão, se essas observações foram feitas com calma, se esta definição de contrário talvez tenha surgido de uma epifania de um grego sentado sobre uma pedra, que em certo momento gritou: aha! É isso, e ponto.
E de fato, no meu ver, como Nietzsche continua, que os valores de cada vontade possam ser iguais, e não contrários, que simplesmente os tratamos como diferentes por suas “aparência”.
E o parágrafo termina com um quase desejo do surgimento de novos filósofos, que não aceitam efetivamente nada como certo ou fundamental. Nietzsche acredita que eles estão aparecendo, eu não sou um estudioso dessa área, só um curioso, portanto, até aqui não ouso supor quem possam ser esses filósofos.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Mulheres de 30 --- Aiai...
O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:
'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.
Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: 'Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?
Mas voltemos a nossa mulher de 30, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!
A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo.
grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.
Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.
O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.
A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?
Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.
São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.
Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.
Ponto. Pra elas.
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Coloquei este texto afim de homenagear as "trintonas" que conheci e que são assim, e desejar que as que hoje tem seus vinte e poucos, cheguem lá como elas.
O texto é de Mario Prada e a ilustração de Rodrigo Pereira e podem ser conferidos no seguinte link:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,,EPT670368-2813,00.html
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Nietzsche - Além do Bem e do Mal 01
Primeira Parte
Preconceitos dos filósofos
1
A vontade da verdade, que nos poderá levar ainda a muitas aventuras, essa famosa veracidade de que todos os filósofos até agora falaram com veneração, quantos problemas essa vontade da verdade já nos levantou! Quantos problemas singulares, graves e dignos de serem postos! Já é uma longa história – e, no entanto parece que acaba de começar. Que haveria de estranho, se acabássemos por nos tornarmos desconfiados, se perdêssemos a paciência, se nos tornássemos impacientes? Aprendemos, nós também, desssa esfinge a nos questionarmos; quem nos viria aqui precisamente a nos questionar? Que parte de nós mesmos tende à “verdade”? – De fato, nós nos detivemos longamente diante da razão dessa vontade – até que acabamos por nos deter diante de uma pergunta mais importante ainda. Nós nos perguntamos então sobre o valor dessa vontade. Pode ser que desejemos a verdade; por que não haveríamos de preferir a não-verdade? – o problema do valor se apresentou a nós – ou melhor, fomos nós que nos apresentamos a esse problema? Quem de nós aqui é Édipo? Quem, a esfinge? Ao que parece é um verdadeiro encontro de problemas e de questões. – e poder-se-ia crer nisso? No fim das contas, parece que o problema jamais foi colocado até agora, que fomos os primeiros a percebê-lo, a considerá-lo, a assumir o risco de tratar dele. De fato, é um risco a correr e, talvez, o maior de todos.
---
Começando. Confesso que quando li esse prarágrafo umas das primeiras coisas que me passaram pela cabeça foi, o que ele quis dizer com Esfinge, e o que Édipo tem haver com tudo isso?
Bom, pra isso serve a internet, aí vai uma breve explicação:
A esfinge era um monstro alado com corpo de mulher e leão que afligia a cidade de Tebas. Primeiramente apresentava aos homens o seguinte enigma: “Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, a tarde sobre duas e a noite sobre três?” como nenhum dos homens conseguiu decifrar tal enigma, a esfinge os devorava.
Isso ocorreu até que Édipo, filho de Laio enfrentou a esfinge e conseguiu decifrar seu enigma respondendo: “O homem, pois engatinha na infância, anda ereto na idade adulta e necessita de bengala na velhice.”
Com seu enigma decifrado, a esfinge sofreu uma grande frustração, jogou-se num precipício e pereceu.
Texto retirado do seguinte site:
http://www.brasilescola.com/mitologia/esfinge.htm
Não achei referências sobre o autor. Mas continuando. Vejamos, parece que ele coloca que nós nos pusemos a querer a verdade. Que embora saibamos o grande risco de se tentar buscar a verdade, ainda assim a queremos. Mas ele coloca também a questão sobre de onde vem a vontade de querer a verdade, e porque não querer a não verdade. E que embora os filósofos já venham discutindo há séculos o tema, ele parece sempre novo e pronto para mais provações.
A sim, outra coisa que é falada é sobre o valor da verdade. Quem dá a verdade a veracidade que ela possuí.
Acho que fica evidente, ainda mais comigo praticamente reescrevendo os texto com outras palavras, que esse parágrafo é introdutório. Isso deveria ser evidente, haja vista que se trata do primeiro, haha, mas enfim, já li parte do livro previamente, e garanto que ele se aprofunda de maneira bem interessante nos temas que propõe. Espero logo ter tempo para continuar.
Até mais.