terça-feira, 29 de junho de 2010

Diferenças Religiosas

Diferenças religiosas, ouço tanto essa frase que até me canso. Gente se bicando, se maltratando e até matando por esse deus ou aquele deus. Não quero tratar aqui de religiões como as indígenas ou afins, religiões politeístas no geral. Tratarei da fé em Deus, em Jesus se preferir.

Sou católico apostólico romano catequizado e crismado já pra adiantar, não era muito praticante, mas hoje busco “ser mais” como diria uma amiga. Mas enfim, sobretudo nos tempos de atoa (ateu não, sempre acreditei em Deus) estudei muitas religiões: Xamanismo, Kardecismo, Xintoísmo, e por aí vai. Sempre buscando me acomodar em algum lugar, e nesses “estudos” (considere que foram feitos em sua maioria na internet e durante minha juventude, nada muito profundo nem categórico) pude notar certos pontos em comum, aliás, certos não, muitos pontos em comum eu diria.

Li parte do Sagrado Corão, parte do Evangelho segundo o Espiritísmo, parte da Sagrada Bíblia, dentre muitos outros livros que seguem linha parecida (é, só parte, quero ver quem lê tudo de todos!!). Bem, se você não está me achando claro no meu objetivo é por que não estou sendo mesmo, vou tentar me ater a um tema somente: Deus único.

Considere agora somente as religiões cristãs, as que acreditam em Jesus Cristo (pra quem não sabe o Islã é uma delas!!), vou tentar colocar-lhe dentro dos meus devaneios pessoais. Fato: se Deus existe, ele é único, onipresente, e onisciente. Ele não muda independente de sua religião. Outro fato: se Jesus existiu e existe, como eu acredito, ele é filho de Deus (ou Deus, não conceituarei a Santíssima Trindade aqui), era único, e também não muda, independente de sua religião. De tudo o que se fala que Jesus nos deixou, de como ele nos salvou, o que podemos aproveitar de maneira “concreta” por assim dizer é a sua palavra, tudo o que nos foi ensinado e passado de geração a geração.

Figindo agora que Jesus era apenas um homem normal, normal mesmo, sem nenhuma divindade, mas muito empenho em querer que a coisa melhora-se, um filósofo das antigas, que batia o pé pra seus ideais, dá pra se retirar o que eu chamaria de uma máxima: AMAI O PRÓXIMO COMO AMA A SI MESMO. Como bom filósofo ele coloca sua lei, a lei do Amor. Não o amor de um homem por uma mulher, mas o simples amor entre irmãos, amor que evita brigas, que reconcilia, dentre muitas outras coisas... É esse o seu mandamento maior, e só isso já devia valer.

Mas não vale... Muitas pessoas que se dizem católicas se apegam demais as questões ritualísticas, aos templos, as diferenças. Particularmente, eu me sinto bem cantando o Pai Nosso todo domingo de manhã junto a outras 200 pessoas, todas em uníssono e, espera-se, com os mesmo ideais em seus corações. Isso me faz bem, estar naquele momento com Deus, daquela maneira, mostrar-me grato pela vida, diminuir meu orgulho e ser mais a vontade Dele do que a minha. Porém se um amigo meu se sente da mesma maneira tocando um atabaque de umbanda, ou em uma sessão espírita ou em um culto protestante, qual o problema? Se este ritual que ele escolheu, por vontade própria, ou por indicação, o aproxima de Deus, se isso também o faz querer ser mais, fazer valer o mandamento maior, até mesmo se não preferir ritual nenhum mas ainda assim age pensando mais no próximo, pra mim não existe problema. E sinceramente, do fundo do meu coração, não creio que isso faça Deus amar mais ou menos uma pessoa.

Agora, por que ele deixa a coisa ser essa bagunça, por que ele fala de maneira diferente com cada pessoa, bem, acho que isso entra no lance das linhas tortas. Isso certamente faz parte de um plano maior, com algum objetivo final, e certamente isso faz parte do presente que Deus nos deu, o livre arbítrio, para que cada um decida que caminho seguir. Gosto da expressão que diz que a vida como um jogo de Tetris, onde Deus joga as peças e cada um encaixa a sua maneira.

Todos morrerão, cedo ou tarde, e sendo sincero novamente, o Espírito Santo não desceu e falou comigo sobre como é o outro lado, mas certamente é pra onde TODOS vamos. Quer queira quer não, então fico aqui, fazendo minha parte. A minha maneira.

Acho que esse texto é quase uma proposta, certamente não de criar uma nova religião, isso não faria sentido, mas certamente a idéia é diminuir as distâncias entre as religiões, que para mim, acreditam todas no mesmo Deus.

Mas o que eu posso realmente propor aqui é que cada um, a sua maneira, faça valer o que Ele nos ensinou!! Que a vontade de Deus se faça verdade em seu coração!!

Dessa vez é só isso, peço perdão se fui confuso em algum momento, mas acho que o ponto principal da para pegar, prometo melhorar, e certamente tratarei mais desse assunto no futuro. Não canso fácil ;)

Aceitamos reclamações!! Lucas Moers.

7 comentários:

  1. Eae meu caro!

    Acho que entendi onde vc quis chegar com sua idéia e digo que penso algo parecido.

    Gostaria de deixar uma dica de leitura que faz uma revisão dessa briga, "O mundo de Sofia".

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  2. Sim sim, faz anos que estou pra ler esse livro, me recomendaram A Cabana também... Farei o possível para ler todos...

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  3. Assim como o Betom disse, entendi seu ponto de vista. Eu não sou atoa, sou ateu mesmo, definição dada a quem não acredita em Deus ou sequer segue uma religião, sem implicar o Satã, o Demo,o Belzebu etc.. Mesmo pq, se o ateu não acredita em Deus, pq diabos acreditaria na antitese deste!

    Particularmente faço um exercicio mental diário intenso para aceitar opiniões adversas ao meu pensamento e para respeitar as mesmas.

    O que me incomoda, no entanto, são os rituais que vc mesmo citou. Se Deus é onipresente, pq diabos há de ser necessário construir templos em sua adoração?

    Agora quanto as raízes da adoração... Se Deus é benevolente e ama a todos, pq os fiéis o temem?

    Enfim, não quero discutir a existência dele, pois tenho minhas próprias convicções a respeito.

    O que irrita é o que foi citado sobre as diferenças religiosas. A religião em tése traz a filosofia do amor, sim, e há tantos conflitos por causa delas que é absolutamente imbecil, pensar a respeito.

    Mas sim, cada um no seu canto com a sua crença deveria bastar para um mundo pacífico... O problema é que o Deus do vizinho será sempre mais verdinho que o seu...

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  4. Ah não, é o gramado...

    Santa prolixidade.

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  5. Olá .0/
    Bom, realmente essa idéia de que existe apenas um Deus e Ele é o mesmo para todas as outras religiões (pelo menos as monoteístas)já que ele é onipotente e onipresente faz muito sentido. Partindo desta idéia é realmente uma tolice as guerras que acontecem no oriente médio, já que eles praticamente acreditam no mesmo Deus e suas religiões estão interligadas pela história, estou me referindo ao judaísmo, cristianismo e islamismo, tendo estas religiões apenas algumas diferenças, levando em conta apenas as diferenças essenciais. E o mais impressionante é o que acontece em Jerusalém, as pessoas que cultuam estas religiões estão todas juntas lá, porém, distantes. Acreditam em quase todos os mesmo profetas o mesmo Deus, compartilham diversas construções e templos em comum e não conseguem se entender. Acho que lá realmente esta a chave para dar um grande passo quanto ao avanço da humanidade, e se fosse para transformar em realidade essa idéia de unificação, acredito que lá seria o lugar certo.

    Falei mais a respeito dessa unificação utópica que você deu a entender, que realmente faz sentido quando partimos do raciocínio de que Deus é onipotente, onipresente e onisciente(faz sentido principalmente para essas três religiões que citei).É, religião é sempre um assunto complicado porque não envolve apenas raciocínios, além desta tem a fé, e isso é algo indiscutível... ou seja, acredita ou não. Acho que essa é a parte mais importante, porém, muitas vezes ofusca o raciocínio e ela acaba dificultando a difusão desse tipo de idéia que o mesmo Deus é o mesmo para varias religiões.
    Só estou comentando rsrs, longe de mim solucionar esse enigma milenar, mas quem sabe a humanidade não chegue lá um dia.

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  6. Rogério, creio que esse enigma é insolúvel, pelo menos nessa era ainda...
    Prinet, eu entendi a do gramado, não precisava ter explicado... Haha, com relação aos rituais, bem, li praticamente todo o Evangelho segundo o Espiritísmo, e ele é bem enfático no tema: diminuir o orgulho, o orgulho afasta de Deus. Alguns podem confundir isso com “temer”, mas não é essa a idéia, são intrepretações. Bom, eu fui a uma missa na igreja próxima a FATEC, no centro de São Paulo, missa das 7:00, geralmente freqüentada por pessoas mais velhas, e no caso eu era de longe o mais novo de lá, eu e um outro cara, de resto só pessoas com pelo menos 50 anos. Confesso que a dúvida sobre o ritual sempre ficou na minha cabeça, porque fazer, se Deus está em todos os lugares. Bem durante a missa pode-se dizer que eu tive uma epifania, aquelas pessoas, fazendo aquilo, sempre as mesmas rezas, preces e orações, a mais de 50 anos pra maioria, qual o significado daquilo? Se você observar os rituais, são adorações (colocarei um artigo sobre adorações e suas diferenças depois), adorar a Deus daquela maneira é diminuir o orgulho, ser mais de Deus, e ir na missa, culto, tanto faz, é a maneira mais simples de se fazer isso. Sem precisar se preocupar com detalhes, só ir lá, adorar, passar aquela hora para Deus. Basicamente isso, difícil dizer isso pra quem não acredita em Deus, mas pra quem está lá faz muito sentido, pra quem vive isso faz muito sentido.
    Espero ter sido claro novamente, abraços...

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  7. Lucas?
    Adorei o que escreveu! Seu ponto de vista foi muito esclarecedor.
    Se DEUS é onipotente e onipresente, como explicar os rituais e a desunião entre as religiões?
    Sempre me questionei.
    Confesso que estou num "tempos de atoa", mas mesmo assim acredito que DEUS está sempre por perto.

    No meu humilde ponto de vista, os rituais fazem sentido para cada mente, cada povo, cada crença, cada vontade, cada necessidade... no momento em que esse os aproxima de DEUS.
    DEUS não é algo que podemos ver ou tocar. Você O sente! É a força para continuar, para acreditar que o mundo ainda tem salvação, é a cura. É o bem! ELE está onipresente. Sempre com a gente. Mas nós, precisamos do ritual para "estarmos" com ELE. (Não sei se me fiz entender)

    Religião é um tema tenso! Difícil de se discutir! Fato!

    Beijo!

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